O Processo
O Livro O Processo , trata de, O processo apresenta ao leitor o drama de Josef K., funcionário respeitado de um banco que, na manhã do seu trigésimo aniversário, é acusado e detido, apesar de não precisar ir para a prisão. A vida de K. se transforma rapidamente já que a partir desse momento passa a ser um suspeito aos olhos de todos, que começam a tratá-lo com desconfiança – inclusive no banco, onde seu trabalho é posto à prova. K. inicia então uma longa peregrinação burocrática na tentativa de descobrir por que o acusam. Ele se embrenha em salas de difícil acesso, cartórios, tribunais com longos corredores, mas sua busca é em vão, pois, como afirma Marcelo Backes no prefácio do livro, os personagens de Kafka “são vítimas de um enigma insolúvel – a própria vida”. O estranhamento acompanha toda a narrativa. O tempo passa, e K. entra em contato com pessoas – mais ou menos influentes – que nada podem fazer para ajudá-lo. Assim, continua sua infrutífera busca, sem nunca chegar a saber onde está o juiz que ele jamais vê, qual é o alto tribunal ao qual ele nunca é chamado e, principalmente, sob qual acusação é julgado. Esta grande obra seria desconhecida do público se Franz Kafka (1883-1924) não tivesse como grande amigo Max Brod (1884-1968), que tomou posse do manuscrito de O processo em 1920, com capítulos ainda não-numerados e inacabados, e o publicou um ano após a morte do escritor. Esta nova tradução de Marcelo Backes inclui um prefácio sobre o autor e a obra e um apêndice com trechos dos Diários de Kafka sobre o romance, além dos capítulos incompletos e dos trechos riscados pelo autor no manuscrito. O organizador do livro aponta alguns erros cometidos por Brod na numeração dos capítulos, mas ressalta que o desejo inicial de Kafka ao escrever a obra permaneceu, afinal o processo jamais chega à última instância. Mesmo com essas peculiaridades, o romance é de uma escrita primorosa, bem-acabado e não deixa dúvidas quanto às intenções do escritor. A falta de esperança e o surrealismo que permeiam o trabalho de Kafka, além de torná-lo um autor de difícil classificação o coloca como uma das leituras mais influentes do século XX, tanto por sua escrita quanto por sua maneira de abordar a perda das liberdades individuais, o absurdo da burocracia, os vãos existentes na justiça e, principalmente, por antecipar a loucura dos regimes totalitários que assolariam a Europa nos anos seguintes. Entre os inúmeros depoimentos sobre o autor, podemos citar García Márquez: ao ler A metamorfose, ele percebeu que “era possível escrever de uma outra maneira”; Theodor Adorno, teórico da Escola de Frankfurt, afirmou que “os protocolos herméticos de Kafka contêm a gênese social da esquizofrenia”; já Vladimir Nabokov classificou Kafka como “o maior escritor alemão de seu tempo”.
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