De Silencio E Demoras
O Livro De Silencio E Demoras , trata de, Ficar por longos minutos olhando e sendo olhado. Olhar nos olhos do outro. Olhar nos olhos das coisas. Ser olhado pelo outro. Ser olhado pelas coisas. Num dos seus poemas Cristiano de Sales pergunta: e se fotografar for / se demorar um pouco mais / nas coisas? O amor pode que tem a ver com isso: procurar enxergar de verdade, permanecer um tempo e aceitar o movimento. E dancar o movimento. Os olhos tocam aquilo que percebem e o modo como se comportam, por tocar e ser tocados, e o seu estar no mundo. Neste de silencios e demoras e como se o poeta nos dissesse: nao posso olhar as coisas sujas sem me sujar com elas; nao posso olhar as coisas lindas sem me lindar com elas. Porque, no final das contas, parece mesmo nao haver outra vizinhanca (nem esperanca) alem do corpo a corpo. A poesia de Cristiano de Sales tem esta relacao corporal com a cidade, com o tempo, com o outro, com a poesia. Experimenta limites, faz aproximacoes, espera, entao, novas aproximacoes. As intensidades estao ai, as marcas nas superficies e a subjetividade das profundidades.
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