Imagem, Icone, Economia: As Fontes Bizantinas Do Imaginario Contemporaneo
O Livro Imagem, Icone, Economia: As Fontes Bizantinas Do Imaginario Contemporaneo , trata de, “Nos séculos VIII e IX, em plena crise decorrente do iconoclasmo bizantino, a imagem se tornou uma problemática filosófica e política pela primeira vez na história ocidental. Numa violenta arena de disputas, entre seu culto e sua proibição, ela virou o cerne de uma questão passional. Nesse período, a Igreja se viu obrigada a produzir um relato da situação teológica da imagem religiosa que, no entanto, não poderia levantar a mais leve suspeita de idolatria. A solução encontrada foi uma doutrina i n spirada na configuração da imagem de Deus, natural e invisível, num ícone, artificial e visível, decalcado de Cristo. Essa “”transfiguração”” foi adaptada à realidade em carne viva dos aflitos seres humanos. A partir dessa peculiar “”encarnação”” d a imag em no corpus christi surgiu uma matriz icônica que seria capaz de definir toda uma cultura baseada na gestão simultânea do invisível e do visível. Uma complexa economia perfeitamente construída, que serviu de base para a estratégia política e pedagóg ica do poder temporal eclesiástico na administração das paixões de uma comunidade, sob a égide da divina providência. Trata-se de um dispositivo de governo calcado na comunhão dos corpos e das almas em torno de uma instituição totalitária. U m impéri o que se ergueu a partir de “”visibilidades programáticas””, feitas para transmitir uma única mensagem. Essa imagética também serviu para sustentar as operações de “”incorporação””: a imagem era absorvida como uma substância com a qual o fi el fascinado, ou “”incorporado””, se identificava e se fundia, sem réplica e sem palavras. Esse conjunto de imagens construiu um reinado de dolorosas submissões, silenciamentos e impossibilidade de objeções. Para analisar os processos que constituír am tal iconocraci a, Marie-José Mondzain realiza um exame minucioso de textos antigos dos campos da filosofia e da teologia, tendo como leitura principal os Antirréticos, escritos entre 818 e 820 d.C por Nicéforo, um patriarca de Constantinopla que e ndereçou seu pensa”
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