A Cor Da Liberdade
O livro A Cor Da Liberdade , trata de ; Uma imprensa independente, sustentada por anúncios e pela venda de exemplares, dirigida não só a formadores de opinião, mas para todos os segmentos de uma sociedade que se transformava a toque de caixa. No início do século XX, esses conceitos embalaram os projetos de toda uma geração de empreendedores na então capital da República, o Rio de Janeiro, inspirando o jornalismo moderno. É esse período de ebulição de ideias que emerge em cores vivas em Irineu Marinho – Imprensa e Cidade, lançamento da Globo Livros e do Memória Globo.Resultado de dois anos de pesquisa do Memória Globo em seu próprio acervo e em coleções de jornais e documentos relacionados à trajetória de Irineu Marinho, sua correspondência e registros de sua vida civil e de sua atividade como homem público e empresário, o livro foi escrito pela historiadora e socióloga Maria Alice Rezende de Carvalho. Não se trata de uma biografia, mas, sim, de uma vigorosa análise do cidadão que, ao longo de seus 49 anos de vida, expressou sua paixão por comunicação e pelo entretenimento de maneira geral, fundando dois jornais que revolucionaram a imprensa brasileira e investindo em uma produtora cinematográfica e em uma editora de livros.Presente na vida de Irineu Marinho desde que ele tinha 16 anos, o jornalismo praticado no começo do século XX está documentado no livro, bem como a experiência de Irineu Marinho e de seu jornal A Noite. Fundado em 1911, o veículo destacou-se entre outros órgãos da “nova imprensa brasileira” pelo ímpeto com que encabeçou o movimento de renovação do modo de produção de notícias na cidade do Rio de Janeiro. O volume acompanha o desenvolvimento de A Noite em paralelo à trajetória de Irineu Marinho. Bem-sucedido como empresário, o jornalista vivia em constante conflito com o poder político. Perseguido por Hermes da Fonseca, esteve preso no governo Epitácio Pessoa e teve que se autoexilar sob a presidência de Artur Bernardes – a ausência do país lhe custaria o comando de A Noite em 1925, em meio a um conflito entre os acionistas pelo controle da empresa. Apenas quatro meses depois, porém, Marinho daria o troco a seus adversários, lançando um novo jornal: O Globo. Não pôde, contudo, testemunhar o êxito da empreitada. Um mês mais tarde, o empresário morreria de enfarte, aos 49 anos, deixando o comando dos negócios a seu filho, Roberto Marinho.O cientista político e historiador José Murilo de Carvalho sublinha, no prefácio de Irineu Marinho – Imprensa e Cidade, que o título corresponde com precisão ao conteúdo do livro. Trata de um homem, de uma atividade e de uma geografia humana, construindo a partir desse tripé uma competente “análise das iniciativas, muitas delas pioneiras, do empresário Irineu Marinho, empreendidas em estreito entrosamento com a vida cultural e política da cidade”.
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