A Gente E Da Hora: Homens Negros E Masculinidade
O Livro A Gente E Da Hora: Homens Negros E Masculinidade , trata de, Entre outras coisas, bell nos liberta para sabermos que temos o direito de ser amados e que essa é uma luta necessária. Ela também nos diz que devemos amar, mas amar com mais respeito, responsabilidade, compreensão, companheirismo e demonstração constante de afeto e coragem. E seguirmos em luta. Porque ainda precisamos refletir criticamente sobre o passado, nos defender para que nossos corpos não sejam tratados como um alvo para a morte, transgredir os limites estabelecidos pelo racismo, nos curar e criar conexões.— Lázaro Ramos, na apresentaçãoLamentavelmente, a verdade de fato, que é um tabu quando verbalizada, é que nossa cultura não ama homens negros; eles não são amados por homens brancos, por mulheres brancas ou por mulheres negras, nem por meninas e meninos. Sobretudo, a maioria dos homens negros não se ama. Como eles poderiam amar a si mesmos e uns aos outros, como poderia se esperar que eles amassem cercados de tanta inveja, desejo, ódio? Homens negros na cultura do patriarcado supremacista branco capitalista imperialista são temidos, não amados. Obviamente, parte da lavagem cerebral que ocorre em uma cultura de dominação é a confusão entre temor e amor. Prosperando nos laços sadomasoquistas, as culturas de dominação fazem com que o desejo por aquele que é desprezado assuma a aparência de cuidado, de amor. Se os homens negros fossem amados, poderiam esperar mais do que uma vida trancafiada, enjaulada, confinada; eles poderiam se imaginar além da repressão.— bell hooks, no prefácioEm A gente é da hora, bell hooks reúne dez ensaios sobre homens negros e masculinidade. Lançado originalmente em 2004, nos Estados Unidos, o livro surgiu em meio ao que a autora considerava um vazio literário sobre o tema. “Como mulher negra que se preocupa com o sofrimento dos homens negros, sinto que não posso mais esperar que os irmãos tomem a liderança e espalhem a palavra. Passei dez anos esperando por isso. E nesses anos o sofrimento dos homens negros se intensificou”, afirma a autora. “Com este livro, espero somar minha voz ao pequeno coro que fala em nome da libertação masculina negra. As mulheres negras não podem falar pelos homens negros. Nós podemos falar com eles. Ao fazê-lo, incorporamos a prática da solidariedade, em que o diálogo é a base do amor verdadeiro.” Como sempre, bell hooks mistura aspectos de sua vida pessoal — aqui, sobretudo, a experiência de ter crescido em uma família patriarcal — com a leitura crítica de uma vasta bibliografia. O resultado é um livro que, nas palavras de Lázaro Ramos, que apresenta a edição brasileira, conforta e, ao mesmo tempo, causa desassossego.
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