A Ostra E A Perola
O Livro trata de, O conceito de Antropologia Teatral ganhou nas últimas décadas grande força e vem transformando a compreensão do comportamento cênico pré-expressivo nas mais variadas tradições e estilos teatrais, quase sempre sem receber deles o reconhecimento tácito. A sua conseqüência lógica ressalta, mais do que nunca, o papel e o valor do corpo na arte das representações cênicas. Com esta percepção, Adriana Dantas de Mariz focaliza e mapeia a criação do ator no contexto do teatro de pesquisa. Assim, as propostas antropológicas do Odin Teatret, sob a condução de Eugenio Barba, e o seu modo de entender a relação corpo/ator/teatro são examinadas em contraponto dialógico com as que encenadores como Jerzy Grotowski e Antunes Filho fazem para o intérprete e a cena, bem como na perspectiva de conjunto e em função do aprofundamento destas investigações teóricas, críticas e prático-artísticas no âmbito do movimento teatral da contemporaneidade. A Ostra e a Pérola, que a editora Perspectiva publica em sua coleção Estudos, incorpora em suas páginas o percurso crítico e a experiência artística que a autora dedicou a esta linha de reflexão, nos seus fundamentos e nos seus resultados. Para ela, o corpo é a via pela qual é dado entrever não só a concepção e a encarnação da persona e de sua problemática no trabalho do ator, como também o universo que é assim criado, na medida em que, a partir da corporeidade, torna-se possível ao intérprete estabelecer o ‘mapa semântico’ de sua versão do papel e inclusive dar materialidade cênica à ‘gramática simbólica’ que orienta o fazer teatral de um grupo ou de uma proposta artística no ato de sua comunicação ao espectador, isto é, no espetáculo.
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