As Utopias De Michael Lowy
O livro As Utopias De Michael Lowy , trata de ; O marxismo demonstrou ao longo dos anos, e sobretudo no século XX, uma incrível capacidade de expandir-se e de dar conta de territórios que lhe pareciam hostis, como a religião e a psicanálise. A obra de Michael Löwy colaborou para essa expansão com grande inventividade – até mesmo no terreno da economia política, aquele para o qual o marxismo precisa com urgência se voltar.A compreensão da trajetória de Löwy, um dos mais importantes pensadores brasileiros, se torna absolutamente necessária em um momento em que se buscam novas interpretações do marxismo. As utopias de Michael Löwy: reflexões sobre um marxista insubordinado reúne dezessete ensaios que, de múltiplas perspectivas, analisam a militância e a teoria desse intelectual. Nesse exercício, contribuem dinamicamente para atualizar a crítica ao capitalismo, ainda mais necessária desde a queda da União Soviética e ansiada por todo o sistema, sobretudo por nós da periferia.Neste livro, revelam-se a criatividade de Löwy e a dos intelectuais que se propõem a entendê-lo. O debate imaginativo – as utopias do pensamento – é ainda mais fundamental, pois se dá em um contexto em que o máximo que nossa esquerda ousa é refugiar-se em John Maynard Keynes, quando no período mais fértil do keynesianismo o rejeitava. Teorias fundadas na circularidade contida em um território nacional estão superadas em um mundo em que a presença do capital é global.Os marcos dos trabalhos da Cepal e de Celso Furtado estão superados. Pensar em categorias como subdesenvolvimento e desenvolvimento é uma forma impotente de compreender o capitalismo em sua periferia. Se o marxismo não compreender a economia política, nenhum projeto de emancipação terá condições de travar a luta teórica e ideológica que se faz necessária. A obra de Löwy ajuda a desvendar o enigma de um pensamento político novo, do qual é exemplo sua capacidade de tratar a questão da exceção, tão presente em Walter Benjamin.Se para os oprimidos o capitalismo sempre foi a exceção, no sentido da suspensão de direitos, da legalidade e da norma, as mobilizações sociais e os partidos políticos foram capazes, em alguns momentos, de deter a suspensão da suspensão. Mas a luta política contra a mercadoria aplicada à força de trabalho e pelos direitos sociais foi derrotada, como prova o mundo subdesenvolvido, onde a exceção jamais deixou de existir.Durante um século, o Brasil deteve a segunda maior taxa de crescimento do mundo capitalista e se tornou a sexta sociedade mais desigual do planeta, em que a maioria da força de trabalho vive sem ao menos ter um contrato mercantil feito entre forças assimétricas. Por isso, parece-me adequado tratar o estatuto do capitalismo na periferia como um estado de exceção. Ponto de vista que a obra de Löwy, amplamente analisada neste volume, ajuda a desbravar.’ – Francisco de Oira
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