Consideracoes Sobre O Poder
O Livro Consideracoes Sobre O Poder , trata de, Advogado trabalhista de renome, Marcos Juliano sempre lidou com o poder: das empresas, dos patroes, dos juizes, do dinheiro. Agora, na pele de ensaista, nestas Consideracoes sobre o poder, mexe com o poder das palavras, das referencias legitimadas e legitimadoras, das ideias, dos fatos. O que o seu leitor encontrara? Um livro envolvente, bem escrito, com texto fluente e provocativo. O autor fala da natureza do poder, das suas fontes, das suas ambicoes, das suas metamorfoses. Ensaio que se preza sempre tem uma tese forte. Neste caso, a tese de que o poder para se manter precisa sempre tentar se ampliar. Nunca pode se contentar com o que ja tem. Querer mais esta no seu DNA. Entre os autores citados por Marcos Juliano estao Sigmund Freud, Bertrand de Jouvenel e Georges Balandier. Evidentemente que nao faltam tampouco Maquiavel, Nietzsche e Michel Foucault. Se Jouvenel quis dissecar o poder como se fosse um inseto, Balandier fez uma leitura singular do “poder em cena”, examinando com certa ironia essa “teatrocracia” incontornavel das relacoes sociais. Ja com Freud, pincado com elegancia, Juliano psicanaliza o jogo dos poderosos, indicando que a potencia do poder esta nessa libido de dominacao. O sociologo frances Michel Maffesoli, que dividiu reflexoes com Balandier em certo momento da sua carreira, nao cansa de sublinhar que nao ha poder sem violencia, que pode ser fisica ou simbolica. Juliano tambem ve o poder como imposicao. Qual e o limite dessa forca? A resposta a essa pergunta e um dos pontos mais interessantes deste livro. O poder encontra o seu enquadramento num processo civilizatorio cujo ponto culminante e a democracia. “e da natureza do poder gerar a sua suficiencia e o seu excesso”, diz Marcos Juliano. Nesse sentido, o poder “nao tem limitacao”, salvo quando uma sociedade consegue, por sua articulacao coletiva, dar-lhe a moldura legal do interesse da maioria, tornando-o instrumento e nao um fim em si mesmo.
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