No Coracao Do Comando
O Livro No Coracao Do Comando , trata de ; O jornalista Júlio Ludemir passou todos os finais de semana de 2001 batendo ponto num presídio carioca. Tinha um bom motivo: escrever a história de Valéria e Marquinho – a versão “Romeu e Julieta” dos presídios cariocas. Ela, sobrinha de um chefão do Terceiro Comando. Ele, integrante de primeira hora do Comando Vermelho. Esta é a explosiva e emocionante história de NO CORAÇÃO DO COMANDO, romance de estréia de Júlio Ludemir. Valéria e Marquinho se cruzaram pela primeira vez no Complexo Penitenciário Frei Caneca e logo as facções rivais proibiram o romance. Presos em cadeias vizinhas – Nelson Hungria e Milton Dias Moreira -, Valéria e Marquinho ignoraram a proibição. E, apaixonados, protagonizaram durante três anos uma história de amor jamais vivida no interior de uma cadeia. Um amor que só poderia acabar em tragédia, como no clássico de Shakespeare. Durante quase dois anos, os dois fizeram strip-tease um para o outro em suas celas e trocaram juras de amor em bilhetes. Marquinho chegou a aprender o alfabeto dos surdos-mudos para dizer “”eu te amo”” para Valéria. A história de amor encantou o autor, que a descobriu quando fazia uma matéria sobre o sistema penal para a revista eletrônica no.. O jornalista envolveu-se profundamente com a história e manteve inúmeros contatos com o casal, em momentos diferentes. Admite: “Fiquei muito íntimo do casal, mas nunca deixei de tratá-los como bandidos”. Viu de perto toda a violência e rivalidade entre o Comando Vermelho e o Terceiro Comando e no que essa disputa e ódio podem resultar. Júlio escreveu NO CORAÇÃO DO COMANDO em um mês, de uma tacada só, chorando copiosamente, enquanto pensava na paixão que havia perdido, ele mesmo, recentemente. Na verdade, todo o livro gira em torno do amor, da motivação à fonte inspiradora. Durante as pesquisas para escrever o livro, Júlio mexeu em feridas delicadas da cidade que é pano de fundo do romance e descobriu dados importantes, mas que foram deixados de fora da trama. Segundo o autor, “a violência na Tijuca aumentou consideravelmente por conta do desemprego nas bocas de fumo. Está sobrando mão de obra para o tráfico no morro”, diz ele. Revela ainda que “está surgindo um novo processo de distribuição das drogas no Rio. Pequenas bocas (pontos-de-venda) que seriam os McDonald””s das drogas”. Tão inesperado quanto novos Montéquios e Capuletos de granadas nas mãos, em eterna disputa pelos morros da Cidade Maravilhosa, NO CORAÇÃO DO COMANDO mescla muita realidade a uma pequena dose de ficção de forma emocionante e reveladora. Julio Ludemir nasceu no Rio de Janeiro em 1960, mas foi criado em Olinda, Pernambuco. Jornalista, publicitário e tradutor, escreveu contos, peças de teatro e roteiros cinematográficos. É compositor de uma banda de rock na Rocinha chamada Gana, é goleiro de um time da favela do Acari, participa de projetos sociais no São Carlos e tem dois filhos.
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