O Lavrador E Os Comedores De Vento – A Liberdade Interior E O Conforto Da Servidao
O Livro O Lavrador E Os Comedores De Vento – A Liberdade Interior E O Conforto Da Servidao , trata de ; “Desconfiemos das ideias claras, elas são redutoras.” Misto de livro de memórias e ensaio de psicologia social, O lavrador e os comedores de vento: a liberdade interior e o conforto da servidão busca esclarecer o seguinte mistério: por que algumas pessoas se dão ao trabalho de julgar as coisas por si mesmas, enquanto outras sentem grande prazer em se deixar levar a um êxtase coletivo que bloqueia o pensamento crítico, no que Hannah Arendt chamou de “lógica da desrazão”? Após sobreviver milagrosamente ao extermínio dos judeus na Europa – o qual passou para a história como um dos mais terríveis episódios de loucura compartilhada da humanidade –, Boris Cyrulnik tornou-se médico psiquiatra, pesquisador e divulgador do conceito de resiliência. Autoridade em desenvolvimento infantil, ele lança mão de diversos pensadores para entender que fatores determinam se uma pessoa é mais ou menos sujeita à servidão voluntária – ou seja, a abrir mão de exercer o próprio discernimento. Segundo o autor, no início da vida humana, a influência dominadora da mãe, do pai ou de um cuidador é necessária para a construção do pensamento e a formação da personalidade. Essa submissão primordial estrutura nossa identidade, mas precisamos nos livrar dela para continuar nosso desenvolvimento, para nutrir nossa autoconfiança e nossa liberdade interior – que nos darão força para enfrentar um mundo complexo e muitas vezes de difícil apreensão. Sem essa fortaleza interior, o sujeito precisará buscar certezas exteriores que possam fazê-lo se sentir seguro. “Quando uma pessoa não pôde adquirir autoconfiança ao longo de seu desenvolvimento ou a perdeu durante alguma provação da vida, o conformismo serve de prótese. Confiamos, seguimos os outros para nos sentirmos amparados, evitamos verificar por medo de duvidar, de pensar por nós mesmos […], só queremos acreditar e nos sentir apaziguados.” Aqueles que precisam de certezas – os comedores de vento – ficam abalados com a descoberta de outro mundo, mas os “lavradores” encantam-se com esse abalo cultural, gostam de se descentrar de si mesmos para explorar mundos imprevistos onde tudo é sempre novo. O perigo reside no fato de que “um homem que afirma ter entendido tudo e deseja impor sua verdade sempre encontrará algumas almas feridas que se deixarão influenciar por um soberano seguro de si, impermeável a contestações de todo tipo e que, afirmando salvá-los, subjugará os que acreditam nele”. Fruto de toda uma vida dedicada à reflexão sobre a resiliência humana, este livro bebe na história do século XX para iluminar os mecanismos mentais que alimentam o racismo, o machismo, a fanatização, a corrosão da democracia e outros problemas que atravessam sociedades do mundo todo. Os Editores
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