Pim & Francie
O Livro trata de, Clássico do terror cult, coletânea do aclamado cartunista Al Columbia chega ao Brasil Bem-vindo ao mundo assombrado de Al Columbia, repleto de aventuras assustadoras e desconfortantes. Pim & Francie, a primeira coletânea a reunir a obra do artista, é muito mais do que apenas uma história em quadrinhos. Este livro é um verdadeiro grimório que reúne mais de uma década de trabalho, entre rascunhos, estudos, pesquisas, stills de animação, capas de livros, quadrinhos, é claro, e muito mais. Este livro incomum é uma espécie de quebra-cabeças diabólico, um livro raro e precioso que deve ser apreciado pela verdadeira obra-prima que é. Misteriosa, indescritível e enigmática, aos poucos vamos nos familiarizando com a dupla Pim & Francie, uma espécie de João e Maria diabólicos, cujas travessuras irresponsáveis os colocam diante de problemas terríveis e fantásticos. Não se deixe enganar pelo traço fofo, que homenageia a origem da animação e os desenhos de Max Fleischer, que deu vida à Betty Boop, Popeye, Koko the Clown e Super-Homem, e se assemelha aos contos de fadas. Ao mergulharmos no universo sombrio criado por Al Columbia, vamos sendo tomados pelo desconforto pouco a pouco, e a leitura sugere outras camadas de realidade, à espreita sob cada casa de pão de mel ou atrás de cada tarde ensolarada. O medo e o horror que emerge destas páginas são profundos, inquietantes e a riqueza de detalhes, as anotações do autor, os trechos rasurados produzem um proximidade com o ato criativo e proporcionam uma rara oportunidade para vermos como funciona por dentro todo esse processo. O que a princípio parece não ter uma linha narrativa definida, na verdade, se revela uma história em múltiplas camadas, cuja leitura e entendimento se adensa a cada vez que voltamos ao livro, aumentando a compreensão e fazendo novas conexões entre o universo pra lá de delirante da duplinha tão fofa quanto sanguinolenta, às voltas com moedores de carnes, insetos enormes, monstro gigantes, e a predileção por muitas facas, cutelos e canivetes, e ainda por cima inspirada no relacionamento de Columbia com sua ex-namorada. Nas palavras do autor, “Pim& Francie é uma daquelas coisas que tem mais fluxo de consciência. Não há narrativa estrutural. Se houver alguma narrativa primordial ou subconsciente – ou uma vibração histórica –, ela foi produzida, eu diria, quase acidentalmente. Eu realmente queria encontrar uma maneira interessante de colar essas peças. Então, comecei com a página um e depois passei para o que parecia ser a próxima – é quase como gravar camadas ou uma mixtape. Foi tudo o que fiz. Apenas apresentei vislumbres da vida desses personagens. Um álbum familiar de momentos absurdos e espontâneos”. Estes pequenos sonhos – ou pesadelos – reunidos, ajudam a compor indícios deste universo incrível e horripilante, que conta com a imaginação do leitor para alçar voos muito particulares, em que cada um sai do livro compondo suas próprias histórias desta duplinha ao mesmo tempo fofa e sanguinolenta. ,
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