Serrote – Vol.40
O Livro Serrote – Vol.40 , trata de ; Na 40ª edição da serrote, revista de ensaios do Instituto Moreira Salles, a escritora norte-americana Saidiya Hartman, uma das principais referências contemporâneas em estudos afro-americanos, professora de inglês e literatura comparada na Universidade Columbia, assina o texto “A trama para acabar com ela”, em que relaciona, de forma poética, centenas de maneiras usadas pela sociedade para acabar com a vida das mulheres negras. Uma série de ensaios respondem à pergunta feita pela revista sobre o sentido do 7 de Setembro. A jornalista Fabiana Moraes escreve “Dependência completa”, em que compara anúncios de vendas de escravos do século XIX com classificados de apartamentos no século XXI anunciando dependências de empregados. O jurista Marcos Queiroz, em “Delírio de liberdade”, fala sobre a farsa e o negacionismo que marcam a história oficial do país. No ensaio “Ideal degradado”, a historiadora e cientista política Heloisa Murgel Starling discute como os conceitos de soberania e liberdade têm sido apropriados e distorcidos. E, respondendo à mesma questão, o escritor Bernardo Carvalho, no texto “Motociata ou morte”, mergulha na distopia para mostrar os valores perversos que se confundem hoje com princípios básicos de emancipação.O pianista e professor de história da música, Igor R. Reyner, é autor do ensaio “O mal que tenho: sobre Proust, câncer e morte”, em que revisita a obra do francês Marcel Proust durante o tratamento de um câncer a que foi submetido. “A experiência de digerir o retorno de um câncer dificilmente pode ser considerada literária”, escreve Reyner: “Ainda assim, alguns de nós insistem em recorrer às palavras, às narrativas e à literatura, com medo de que a linguagem refreada pela quimioterapia não nos deixe nada além do silêncio aprisionante.” Esta edição publica também os textos de dois autores que receberam menção honrosa na 4ª edição do Concurso de Ensaísmo serrote. São eles “Ladainha da sobrevivência”, de Yasmin Santos, e “O agente esteta”, de Pedro Sprejer. No primeiro, a jornalista, escritora e editora mostra como o sentido de intelectualidade está diretamente ligado à cultura do patriarcado e do privilégio e como as mulheres negras são proibidas de frequentar esse clube. Em “O agente esteta”, o jornalista e roteirista conta a curiosa história do diplomata americano Peter Solmssen, que descobriu nos arquivos de documentos sobre a ditadura militar brasileira guardados pela Brown University, nos Estados Unidos, e agora abertos para pesquisa. Solmssen, que chegou ao Brasil em 1965, misturou fotografia, literatura, música e relatórios confidenciais para produzir uma peculiar interpretação do país sob o governo militar. O ensaio é acompanhado de fotos feitas por Solmssen no Brasil. A serrote #40 apresenta ainda o ensaio visual “Desenhos africanos”, de Cildo Meireles, com detalhes de desenhos do início da carreira do artista, inspirados por uma exposição do acervo da Universidade de Dacar, Senegal, que viu em Brasília em 1963. Também assinam textos na edição o antropólogo e jornalista Fábio Zuker, a escritora norte-americana Vivian Gornick, o professor de filosofia Márcio Suzuki e o romancista e poeta italiano Walter Siti. A serrote #40 traz ainda trecho inédito do novo livro da jornalista e escritora peruana Gabriela Wiener, que será lançado no Brasil pela Todavia.Na capa, a revista mostra o trabalho da artista plástica tanzaniana Sungi Mlengeya, que também ilustra o ensaio de Saidiya Hartman. Esta edição é ilustrada ainda por obras de Bruno Moreschi, Janaina Tschäpe, Dalton Paula, Waltercio Caldas, Jade Marra, George Condo, Nicole Franchy e Vaka Valo.
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